Idiomas no currículo: guia prático

Aprenda a incluir suas competência linguísticas no currículo

Ana Paula Ramos
Revisado ​​por
Ana Paula Ramos
Orientadora profissional
Atualizado em 21/10/2025
CV template Zurique

Saiba como colocar idiomas no currículo para se destacar em processos seletivos.

Em um mercado de trabalho cada vez mais globalizado, saber se comunicar com clareza e eficácia deixou de ser apenas um diferencial — tornou-se uma exigência. Dominar a linguagem, seja na forma escrita ou verbal, é fundamental para construir relações, transmitir ideias e colaborar com equipes diversas. E quando um emprego envolve contato com outros países ou culturas, a fluência em um segundo (ou terceiro) idioma pode ser determinante para sua contratação.

O desafio é apresentar sua fluência de maneira convincente, mostrando que você tem segurança para atuar em um ambiente multilíngue, principalmente quando isso é um requisito para o cargo. Afinal, não basta mencionar que você fala outro idioma: é preciso deixar essa competência evidente para valorizar o seu perfil profissional. 

Quer fazer com que os recrutadores percebam, de forma clara e objetiva, que você pode se comunicar com fluência em outra língua?


Neste artigo, vamos mostrar como apresentar suas habilidades linguísticas de forma estratégica no currículo — seja em inglês, espanhol, francês, russo, japonês, mandarim ou qualquer outro idioma. O objetivo é transformar seu currículo em um convite para uma entrevista, destacando não apenas o que você fala, mas o quanto você se comunica bem.

Devo colocar idiomas no currículo?

A resposta é sim, com certeza! 

Em um mercado de trabalho cada vez mais conectado, as habilidades linguísticas são vistas como um diferencial valioso. Informar sua proficiência em outros idiomas — de forma clara e objetiva — pode destacar o seu perfil entre concorrentes com formações e experiências semelhantes, aumentando suas chances de avançar no processo seletivo.

Mesmo que seu domínio em um idioma estrangeiro não seja avançado, já vale a pena mostrar essa habilidade no currículo.

Por exemplo, o inglês costuma ser exigido por diversas empresas com atuação global ou não. Afinal, é amplamente encarado como “língua universal dos negócios” devido à forte influência econômica dos Estados Unidos. 

Mas outros idiomas como espanhol, francês, mandarim e italiano também vêm ganhando cada vez mais relevância e abrindo portas para novas oportunidades no mercado de trabalho.

Hoje, a maioria dos recrutadores espera que os candidatos consigam manter uma conversa, pelo menos em inglês básico. Isso deixa claro o quanto é importante investir no aprendizado de um novo idioma

E se você já tem uma boa base em inglês ou em outra língua, chegou o momento de destacar essas habilidades de forma estratégica no seu currículo — mostrando que, além do idioma, você tem competência profissional para se comunicar e atuar com confiança.

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Ao incluir idiomas no seu currículo, é importante levar em conta a relevância para a vaga e para o empregador.

Antes de sair listando idiomas, é melhor se perguntar: essa habilidade será útil na função que estou buscando? E, mais importante: meu nível atual de proficiência me permite usar o idioma com segurança nesse contexto? 

Se a resposta for não, considere duas opções de abordagem: deixar a informação de fora ou mencioná-la de forma honesta, sinalizando seu compromisso em desenvolver a competência, com prazos e ações específicas.

Para quem está se candidatando a uma vaga na Itália, por exemplo, talvez seja mais estratégico informar que está matriculado em um curso de italiano para negócios com duração de três meses do que simplesmente declarar “italiano: conversação” sem segurança real no uso do idioma.

O ideal é fazer uma autoavaliação criteriosa. Caso você ainda não tenha desenvoltura para usar determinada língua no dia a dia profissional, pode ser mais inteligente deixá-la de fora do currículo — ou mostrá-la como uma habilidade em desenvolvimento, desde que isso seja relevante para a função.

Dica de expert:

Se a empresa tem escritórios no exterior e você é fluente no idioma do país em questão, esse é um ponto forte que deve, sim, ser destacado. Por outro lado, se você apenas teve contato com o idioma em um curso feito há 10 ou 20 anos e não o pratica desde então, talvez seja melhor repensar antes de incluí-lo.

Onde colocar idiomas no currículo?

Um bom modelo de currículo deve apresentar as informações de forma clara, objetiva e organizada. E é justamente por isso que muita gente se pergunta: afinal, onde colocar os idiomas que domina?

Falar outro idioma é, sim, uma habilidade altamente valorizada no mercado de trabalho. Por isso, embora existam diferentes opiniões sobre o assunto, o mais comum — e recomendado — é listar sua proficiência linguística na seção Habilidades ou no seu Resumo de Qualificações

Também vale a pena adotar a seguinte estratégia: posicione essa informação no topo da seção, principalmente se a fluência em outro idioma for um requisito importante para a vaga. Afinal, dominar uma língua estrangeira é um diferencial competitivo que merece destaque desde o início. 

Veja mais algumas dicas estratégicas para colocar idiomas no currículo:

  • Se o seu currículo for no formato cronológico, uma opção é incluir as informações sobre idiomas na seção de Informações Adicionais. No entanto, como essa seção costuma aparecer mais ao final do documento, talvez essa não seja a escolha mais estratégica — especialmente se o domínio de línguas for relevante para a vaga. Nesse caso, é interessante colocar suas competências linguísticas na seção Educação, principalmente se você adquiriu essas habilidades por meio de cursos formais, intercâmbios ou formações específicas.
  • Para quem busca uma vaga que exige o uso direto de um idioma estrangeiro é importante que o currículo, como um todo, reflita sua proficiência na língua. Isso significa ir além da seção de Habilidades e inserir, ao longo do documento, evidências concretas de como você utilizou essa competência em contextos profissionais e acadêmicos.
  • Se o domínio do idioma for um dos principais requisitos da vaga, vale ainda escolher um formato de currículo que valorize essa competência. Uma alternativa eficaz é criar uma seção específica de “Idiomas”, com mais detalhes sobre seu nível de fluência (oral e escrita) e eventuais certificações — desde que você possua mais de uma língua relevante para destacar. Outra possibilidade é mencionar sua habilidade linguística já no Objetivo Profissional, principalmente quando se trata de um critério essencial para o cargo.

Dica de expert:

Nas seções Experiência Profissional ou Formação Acadêmica, inclua situações em que você usou ativamente outro idioma — seja em projetos internacionais, atendimento a clientes estrangeiros, trabalhos de tradução ou participação em eventos bilíngues. Essa abordagem mostra, na prática, o quanto sua fluência é aplicável, em vez de apenas informá-la de forma isolada

Como apresentar meus conhecimentos de língua estrangeira no CV?

À medida que mais empresas globais entram no mercado nacional, cresce também a demanda por candidatos fluentes em línguas estrangeiras. Isso também vale para quem deseja trabalhar fora do país: habilidades linguísticas tornam-se um diferencial competitivo e abrem portas para oportunidades incríveis.

No entanto, se a descrição de uma vaga vem com uma exigência de idioma ou indica que você precisará falar outra língua no trabalho, não basta mencionar essa competência no currículo. É fundamental detalhar seu nível de proficiência e mostrar como essa habilidade pode trazer benefícios reais para a função.

Para isso, indique claramente qual o seu domínio do idioma no currículo. Existem diferentes formas e escalas para medir essa capacidade, mas o ideal é usar termos simples e diretos, como: básico, intermediário, fluente ou nativo.

Você também pode incluir as certificações de idioma que forem mais relevantes para a vaga, mencionando-as junto ao nível de proficiência sempre que possível. Isso agrega credibilidade ao seu currículo e ajuda os recrutadores a entenderem melhor sua real competência no idioma.

Níveis de idioma para currículo

Para não ter dúvidas sobre como colocar idiomas no currículo, confira o que define cada um dos níveis de proficiência:

  • Fluente: capacidade de comunicação natural e eficaz em diversas situações, com amplo vocabulário e domínio gramatical, permitindo interações complexas e compreensão aprofundada de textos orais e escritos.
  • Proficiente ou avançado: domínio do idioma para comunicação fluente e precisa em contextos profissionais e sociais, compreensão de textos complexos e técnicos, além da capacidade de redigir documentos detalhados com clareza.
  • Intermediário: capacidade para compreender e participar de conversas sobre temas cotidianos e profissionais, leitura e escrita de textos mais complexos, e comunicação clara em situações diversas, ainda que com algumas limitações.
  • Básico: compreensão e uso de expressões simples do dia a dia, capacidade para interações básicas e leitura de textos curtos e familiares.

Descrição de idiomas no currículo – exemplos

Existem várias formas de descrever suas competências linguísticas no currículo, mas é fundamental avaliar se seu nível de proficiência realmente faz diferença para a vaga desejada. Um conhecimento básico em um idioma pode não ser relevante para o cargo desejado, por exemplo, e talvez seja melhor não o mencionar nesse caso.

Por outro lado, experiências relevantes de trabalho ou estudos em idioma estrangeiro merecem destaque no currículo. Além de mencionar suas certificações, inclua essas vivências para reforçar sua proficiência.

Exemplo:
Copiado!
  • 5 anos de experiência trabalhando com clientes que falam inglês
  • 1 ano de imersão no Ensino Médio no Japão

Se você possui uma qualificação formal em um idioma, pode incluir essa informação em seções nomeadas como Educação ou Qualificações no seu currículo. Esses certificados são ainda mais importantes para quem está se candidatando a vagas no exterior.

Entre os certificados mais reconhecidos para o inglês, destacam-se o TOEFL e o IELTS. Caso você tenha obtido uma boa pontuação nessas avaliações, não deixe de especificar isso no seu CV.

Exemplo:
Copiado!
  • Inglês: leitura e escrita (intermediário), oral (avançado)
  • Pontuação no TOEFL (iBT): 100/120.

Nunca minta ou exagere sobre seus conhecimentos de idiomas no currículo! 

Seu currículo pronto deve ser coerente com o que você apresenta, de fato, como habilidades e competências profissionais. Mentir ou exagerar nos seus conhecimentos idiomáticos pode colocar você em uma situação muito embaraçosa e comprometer sua integridade. 

Além de evitar as consequências de mentir no CV, em qualquer aspecto, é bom estar ciente de que a sua capacidade de linguagem pode ser avaliada na entrevista de emprego.

Quando a vaga exige o domínio de um idioma, é muito provável que haja alguma forma de testá-lo na entrevista. Mesmo que isso não ocorra, caso descubram que você não possui a proficiência declarada no currículo, isso pode resultar na perda da oportunidade ou até mesmo na demissão futura.

Mantenha o compromisso com a honestidade ao apresentar suas qualificações. Se estiver em processo de aprendizado, por exemplo, é mais adequado listar um curso de treinamento em andamento do que afirmar uma proficiência ainda não adquirida.

Se você acredita que suas habilidades linguísticas ainda não são suficientes, invista em cursos de idiomas ou aproveite os diversos recursos gratuitos disponíveis online para aprimorar seus conhecimentos. 

Aliás, a ética e a integridade são características muito valorizadas pelas empresas atualmente — e podem até pesar mais do que o domínio de um idioma!