Quem procura emprego precisa saber quanto quer ganhar e como negociar o salário quando chegar o momento oportuno. Isso pode ser desafiador na cultura brasileira, que trata como tabu certos assuntos financeiros, mas é bom se preparar para os momentos em que for preciso falar em dinheiro e definir as bases de sua contratação! Então, aproveite as informações deste guia e aprenda a se valorizar profissionalmente em cada etapa da negociação salarial.
Passo a passo: como negociar salário até atingir um valor favorável
A definição de um salário depende de diversos fatores a serem considerados por contratantes e contratados até que se chegue a um valor aceito por ambas as partes. Isso pode ser negociado a partir de propostas feitas em diferentes estágios da negociação, desde quando a empresa anuncia a vaga de emprego e você apresenta a sua pretensão salarial no currículo. Veja como aumentar as suas chances de atingir um valor favorável para você a cada etapa desse processo:
1. Defina quanto você vai pedir de salário
Nem sempre as ofertas de emprego são detalhadas ou mencionam valores. Então, como propor um valor de salário sem ter uma ideia de quanto a empresa está disposta a pagar? A dica é fazer uma avaliação inicial buscando equilibrar suas necessidades financeiras e a situação do mercado de trabalho em sua área de atuação.
Você pode conferir qual é a jornada de trabalho típica para quem exerce sua profissão e comparar informações sobre os salários pagos em diferentes estágios dessa carreira. Por exemplo, é possível calcular uma média salarial para o cargo de contador a partir dos dados sobre salário de auxiliar de contabilidade e a remuneração média para gerência na área contábil.
Outros fatores influenciam essas expectativas salariais, tais como o porte da empresa e seu nível de qualificação, mas é importante estipular um valor mínimo e um valor ideal para que você possa avaliar as propostas de emprego e declarar a sua pretensão salarial em cada caso.
2. Mencione sua pretensão salarial no momento certo
Cada processo de recrutamento e seleção de Recursos Humanos tem suas peculiaridades, o que justifica a dúvida sobre o momento de mencionar suas expectativas quanto ao valor do salário. Mas, é bom entender que as equipes de RH estão acostumadas a entrar em negociações salariais e você não precisa se intimidar ao discutir valores nas etapas adequadas.
Portanto, não é necessário fornecer esse tipo de informação antes que ela seja solicitada, por exemplo, no formulário para cadastro de candidatura, no seu CV ou na entrevista de emprego. E, mesmo sem ter que colocar a pretensão salarial no currículo ou na carta de apresentação, é interessante pensar no valor mínimo e médio que você gostaria de receber naquela oportunidade em particular para ter mais tranquilidade ao negociar o seu salário.
3. Estude a combinação dos benefícios com o salário
Muitas empresas complementam o valor financeiro do salário com certas vantagens que vão além dos benefícios trabalhistas obrigatórios de acordo com a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), tais como 13º salário, férias remuneradas e licenças parentais. Então, a dica é destrinchar essa combinação para entender quanto você vai receber como remuneração total.
Hoje em dia, há uma grande oferta de benefícios de bem-estar e auxílios para diferentes necessidades de quem trabalha, tais como creche, cursos complementares e atividades culturais, sem contar com planos de saúde e os tradicionais vales para transporte e alimentação. Outros pontos que podem agregar valor ao montante do salário são as regalias no ambiente de trabalho, a flexibilidade de horários e a possibilidade de trabalho remoto ou híbrido.
4. Saiba como fazer uma contraproposta salarial atraente
Ao fazer uma contraproposta salarial, tenha em mente que a empresa já deve lhe fez uma oferta com base na remuneração condizente com o cargo e no valor que considera um salário justo. Ainda assim, nada impede que você faça uma contraproposta como pedir um salário mais alto e/ou certos benefícios contratuais que sejam mais motivadores para sua vida profissional.
Tudo é uma questão de equacionar a realidade do mercado e da empresa em relação à possibilidade de retorno do investimento extra em sua contratação. Afinal, as equipes de RH também lidam com desafios para atrair talentos e preencher determinadas vagas!
Ao elaborar sua argumentação, mantenha o foco em como o adicional pode ser tão vantajoso para a parte contratante tanto quanto para você — seja pelo seu tempo de experiência na área, nível de formação ou indicadores da qualidade do seu trabalho. Por exemplo, mencione um histórico de conquistas que vão de encontro aos objetivos da empresa.
Em termos pessoais, limite-se aos argumentos que podem demonstrar que você tem um perfil alinhado àquela cultura organizacional ou um plano de carreira que prevê um desenvolvimento ainda maior de suas qualificações. Evite justificativas de foro íntimo, tais como a necessidade de mudar para um apartamento maior ou arcar com gastos de educação de seus filhos.
5. Revise os termos da negociação salarial
Ao chegar a um acordo quanto a valores, benefícios e condições da oferta de emprego, é importante checar se o que ficou definido na negociação salarial está registrado no contrato. Leia com atenção todas as cláusulas e não tenha medo de pedir esclarecimentos antes de assinar o seu contrato de trabalho.
Nem sempre é possível entrar em um consenso com a empresa contratante e qualquer uma das partes pode desistir da contratação se acreditar que vai haver algum tipo de desconforto com o valor proposto (ou possível) para a remuneração. Caso isso aconteça, mantenha o profissionalismo e a atitude positiva ao encerrar as negociações, deixando as portas abertas para futuros contatos — que podem ser mais favoráveis em outra fase de sua vida profissional.
Artigos relacionados


